Relatório da PF aponta que pastor Silas Malafaia incentivava Bolsonaro a descumprir ordens do STF

Segundo a investigação, Malafaia teria “instigado” o ex-presidente a usar redes sociais de terceiros para burlar as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes

Da Redação

O relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito aponta que o pastor Silas Malafaia estimulava Bolsonaro a descumprir as medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

De acordo com a PF, Malafaia atuava “com adesão subjetiva ao intento criminoso”, ao “instigar” Bolsonaro a desobedecer as proibições, como o uso de redes sociais. O pastor teria enviado diversas mensagens ao ex-presidente solicitando que ele encaminhasse e postasse vídeos feitos por ele, pressionando Bolsonaro com a frase: “Você é a voz!”.

Malafaia chegou a pedir que o ex-presidente mobilizasse deputados para que também postassem os vídeos, especialmente em referência às manifestações de 3 de agosto, nas quais Bolsonaro foi impedido de comparecer presencialmente. A PF concluiu que Bolsonaro tentou burlar as restrições impostas pelo Supremo, utilizando as redes sociais de terceiros para compartilhar conteúdos dos atos pró-Bolsonaro e vídeos relacionados às sanções da Lei Magnitsky contra Moraes.

Uso de redes sociais de terceiros

A PF detalha que o celular do ex-presidente apreendido mostra uma grande quantidade de arquivos encaminhados por Bolsonaro no dia da manifestação em São Paulo, distribuídos em grupos de WhatsApp. A investigação aponta que os compartilhamentos, que ultrapassaram 300 envios, tinham o objetivo de usar as redes sociais de terceiros para burlar a ordem de proibição.

Entre os conteúdos compartilhados, estavam notícias sobre as “consequências que podem arrasar a economia” com as sanções a Moraes, convocações para mobilização de apoiadores, vídeos do ex-presidente americano Donald Trump e manifestações de autoridades brasileiras pedindo a liberdade de Bolsonaro.

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