• Entretenimento  •  21/04/2025  •  2 semanas atrás
Nova Lei Pode Levar Netflix e Outros Streamings a Deixarem o Brasil
Netflix - Créditos: depositphotos.com / rafapress

Nova Lei Pode Levar Netflix e Outros Streamings a Deixarem o Brasil

Projeto de Lei 2331/2022 propõe taxa de 6% sobre faturamento bruto e cota de conteúdo nacional, gerando debate e possível fuga de investimentos

O mercado de streaming no Brasil enfrenta um cenário de incerteza com a introdução do Projeto de Lei 2331/2022. Apresentado pelo Senador Nelsinho Trad (PSD), o projeto visa instituir uma nova Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) direcionada às plataformas de streaming que operam no país.

A proposta estabelece que as plataformas de streaming seriam obrigadas a pagar uma taxa de 6% sobre seu faturamento bruto, buscando aumentar a contribuição dessas empresas para o cinema nacional, superando a sugestão inicial de 3%. Além disso, há a possibilidade de o projeto ser renomeado para Lei Toni Venturi, em homenagem ao cineasta brasileiro.

Quais são os objetivos da Lei Toni Venturi?

A Lei Toni Venturi vai além da simples arrecadação financeira. Ela propõe que 10% do catálogo de plataformas como Netflix, Prime Video e Max seja composto por produções nacionais. Essa exigência tem como objetivo aumentar a visibilidade e o investimento em conteúdo brasileiro, promovendo a diversidade cultural nas plataformas de streaming.

Adicionalmente, a lei oferece incentivos para empresas que investirem diretamente em produções independentes, permitindo descontos de até 60% na contribuição do Condecine, visando estimular ainda mais o apoio ao setor audiovisual brasileiro.

Por que as plataformas de streaming podem sair do país?

A proposta enfrenta consideráveis desafios e discussões. As plataformas de streaming e representantes do setor audiovisual têm exercido pressão por alterações no projeto. Enquanto produtores de conteúdo defendem uma contribuição maior, chegando a 12%, as plataformas consideram as deduções propostas como excessivas.

As possíveis consequências para as empresas de streaming considerarem a saída do Brasil devido às novas taxas propostas incluem:

  • Aumento significativo nos custos operacionais: A contribuição de até 12% elevaria os custos das plataformas, tornando o mercado brasileiro menos atrativo.
  • Deduções excessivas: As plataformas veem as deduções propostas como exageradas, impactando seus lucros e competitividade.
  • Incerteza regulatória: Mudanças frequentes na legislação e a imposição de novas taxas podem gerar um ambiente de instabilidade, dificultando o planejamento a longo prazo.
  • Pressão sobre a rentabilidade: O aumento de custos pode reduzir a margem de lucro, tornando a operação no Brasil financeiramente inviável, especialmente com a concorrência internacional.
  • Fuga de investimentos: Um ambiente fiscal desfavorável pode desestimular novos investimentos e a expansão das plataformas no Brasil.
  • Concorrência com outras regiões: Com o aumento das taxas, as plataformas podem priorizar mercados com condições fiscais mais favoráveis na América Latina ou Ásia.

O Ministério da Cultura busca um equilíbrio que atenda aos interesses de todas as partes envolvidas, e as negociações estão em andamento para encontrar um consenso que beneficie tanto a indústria cinematográfica nacional quanto as plataformas de streaming.

Como as plataformas de streaming estão se preparando?

Apesar do projeto ainda estar em discussão, algumas plataformas já estão se preparando para o possível novo cenário regulatório. A Netflix, por exemplo, anunciou investimentos significativos em iniciativas culturais no Brasil, como a reforma da Cinemateca Brasileira e o financiamento de salas de cinema em instituições de ensino.

Essas ações visam não apenas contribuir para o desenvolvimento cultural do país, mas também criar um ambiente mais favorável para as operações das plataformas de streaming. O governo brasileiro mantém seu compromisso de regulamentar o setor para garantir que uma parcela dos recursos seja destinada a produções nacionais.

O futuro da regulamentação de streaming no Brasil

O debate sobre a regulamentação das plataformas de streaming no Brasil continua em andamento. As negociações entre governo, parlamentares e empresas do setor buscam um equilíbrio que promova o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional sem comprometer a viabilidade econômica das plataformas de streaming.

À medida que o projeto de lei avança, será crucial acompanhar as mudanças e adaptações que poderão ocorrer. O futuro da regulamentação de streaming no Brasil dependerá da capacidade de todas as partes envolvidas de encontrar soluções que atendam aos interesses do país e do setor audiovisual.


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