Juízes das Varas de Violência Doméstica e Familiar orientam foliões sobre cuidados no Carnaval
A ação faz parte dos esforços da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica
Para conscientizar foliãs e foliões quanto aos cuidados que se deve ter nas interações pessoais, durante os festejos de Carnaval, as juízas Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa e Tatyana Lopes de Araújo Borges e o juiz Marcos Terencio Agostinho Pires, atuantes nas Varas Especializadas de Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá, se uniram em um vídeo, trazendo informações úteis para quem busca se divertir com respeito ao próximo.
A ação faz parte dos esforços da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário de Mato Grosso (Cemulher-MT) neste período festivo, em que é comum o aumento de casos de importunação sexual e demais tipos de violência contra a mulher.
“Com o Carnaval chegando, é importante lembrar que existe a lei de importunação sexual, desde 2018. Então, se você vai numa balada, num bloquinho, em um clube, na hora de abordar a pessoa em quem você se interessou, tome todo cuidado. Chamar pra conversar pode, desde que forma respeitosa, tocando apenas no braço. O que não pode é você puxar a força, beijo roubado, passar a mão em partes íntimas. Então, todo respeito é necessário para se divertir e ter uma festa saudável”, afirma a juíza Ana Graziela.
A juíza Tatyana Lopes alerta as mulheres com exemplos de sinais de relacionamento abusivo. “Ciúme excessivo, controle sobre suas roupas, isolamento de amigos e familiares, tudo isso pode ser um alerta. No Carnaval, podem aparecer frases do tipo: ‘você não vai dançar com ninguém, senão vai se ver comigo’, ‘você não pode sair assim’, ‘você sabe do que eu sou capaz’. Então, se uma pessoa tenta te controlar o tempo todo e impõe limites à sua liberdade, cuidado! Isso não é amor. Isso é abuso e violência contra a mulher. Você merece respeito!”, enfatiza.
Juiz Marcos Terêncio sentado. Ele é um homem branco, de cabelos e olhos escuros, usando camisa azul clara, gravata azul, terno preto e óculos de grau de armação preta.
Já o juiz Marcos Terencio manda um recado para os homens sobre a importância do consentimento da mulher em qualquer relação afetiva. “Para aqueles que não entenderam que não é não, o consentimento é só aquele voluntário, é só aquele expresso, é o sim! Qualquer pessoa que perceber uma situação de importunação, de abuso, pode procurar a segurança do evento, a Polícia Militar, ligar 190 onde não tiver nenhuma autoridade por perto e todos estaremos aqui por elas”, afirma.
O magistrado ressalta ainda que, apesar de a bebida alterar os ânimos de algumas pessoas, a embriaguez não justifica qualquer tipo de abuso. “A bebida faz parte da comemoração para muitas pessoas, mas a bebida não substitui o consentimento, a bebida não justifica agressão, a bebida justifica a violência”, assevera.
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