• Brasil  •  01/07/2025  •  2 meses atrás

TENSÃO ENTRE PODERES

Governo Lula Recorre ao STF para Manter Aumento do IOF Derrubado pelo Congresso

Após derrota no Parlamento, Planalto tenta reverter decisão que impediu elevação do imposto, gerando debate sobre separação de poderes e estratégia fiscal

Governo Lula Recorre ao STF para Manter Aumento do IOF Derrubado pelo Congresso

O governo Lula decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso Nacional que derrubou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida, rejeitada por deputados e senadores na última semana, levou o Palácio do Planalto a apelar ao Judiciário, uma estratégia que, segundo críticos, demonstra a tentativa do Executivo de impor sua vontade quando não obtém apoio parlamentar.

Congresso Disse "Não"

A rejeição ao aumento do IOF foi expressiva na Câmara dos Deputados, com 383 votos contra a taxação, evidenciando o desgaste da base aliada e o repúdio à medida, vista por muitos como uma "bomba fiscal disfarçada". Apesar da clara derrota, o governo acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar convencer o Supremo a manter o decreto presidencial que autorizava a alta do imposto. O argumento central é que o IOF, por ser um tributo extrafiscal, poderia ser alterado via decreto, sem a necessidade de aprovação legislativa.

Executivo Quer Legislar no Lugar do Congresso

O recurso ao STF aprofunda a judicialização da política brasileira, levantando preocupações sobre a separação dos Poderes. Críticos argumentam que essa prática permite que o Executivo governe por decisões judiciais quando lhe falta apoio político, desrespeitando o papel do Legislativo, que representa a vontade direta do eleitor. Na prática, o governo Lula estaria tentando revogar uma decisão do Parlamento com a "caneta do Supremo".

Risco Fiscal e Abuso Institucional

O aumento do IOF era parte do plano governamental para cobrir déficits orçamentários e garantir recursos para emendas parlamentares, especialmente após repasses significativos de mais de R$ 474 milhões nos últimos dias. Sem a arrecadação extra, estimada em até R$ 8 bilhões em 2025, o governo teme não conseguir equilibrar as contas. No entanto, em vez de considerar cortes de gastos ou revisão de prioridades, o governo optou por tentar repassar a conta para a população e entrar em confronto com o Congresso.

A atitude do governo é vista por muitos como um "governo sem limites", que, ao não conseguir convencer, insiste em governar por imposição. O recurso ao Supremo para sustentar um imposto rejeitado pelo Legislativo é considerado não apenas uma afronta institucional, mas um sinal preocupante sobre a forma como o governo lida com o contraditório e as derrotas no voto.


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