EXECUÇÃO
Ex-delegado-geral executado em SP já havia sido alvo de atentado do PCC há 15 anos
Ruy Ferraz Fontes, conhecido pelo combate à facção, sobreviveu a múltiplos ataques e, em um desabafo no ano passado, revelou seu temor: "os bandidos sabem onde moro"
Da Redação
A execução do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, na segunda-feira (15) em Praia Grande, não foi um ato isolado. A morte do policial, conhecido por sua dura atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), é o capítulo final de uma longa história de atentados, planos de assassinato e confrontos diretos com o crime organizado que se estende por pelo menos 15 anos.
Um Histórico de Confrontos e Atentados
A trajetória de Fontes como um alvo do crime é longa. Em 2010, ele escapou de um plano de assassinato do PCC quando a polícia prendeu dois homens com um fuzil que o esperavam de tocaia. Em 2012, sobreviveu a uma troca de tiros na Via Anchieta.
Mais recentemente, em dezembro de 2023, ele e sua esposa foram assaltados na mesma Praia Grande onde foi morto. Após este último episódio, ele revelou seu temor em uma entrevista.
"Os Bandidos Sabem Onde Moro"
O assalto de 2023 deixou o ex-delegado-geral profundamente abalado e ciente de sua vulnerabilidade, como ele mesmo declarou em um desabafo premonitório ao jornal O Estado de S. Paulo. "Combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro. Minha família, agora, quer que eu deixe o emprego em Praia Grande e saia de São Paulo", disse Fontes na ocasião.
As Linhas de Investigação
A polícia trabalha com duas hipóteses principais para a execução: uma vingança da cúpula do PCC, possivelmente executada por seu braço armado, a "Sintonia Restrita", ou uma retaliação ligada a uma licitação na prefeitura de Praia Grande.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lamentou a morte e prometeu total empenho na apuração do crime. "Com pesar, lamentamos profundamente o assassinato de um policial com muitos anos de trabalho dedicados à corporação, que ocupou inclusive seu posto mais elevado. Iremos dedicar toda energia à investigação do crime", disse em nota.
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