
DESAPROPRIAÇÕES
Em meio a cobranças de movimentos sociais, Lula faz 1ª visita do mandato a terra do MST
Grupos dizem que entregas do governo federal são insuficientes; presidente deve assinar desapropriação do local
Da Redação com R7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai nesta sexta-feira (7) ao Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG), um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). No local, ocorre o Ato Nacional em Defesa da Reforma Agrária. Essa será a primeira vez que o presidente visita um assentamento do grupo neste mandato. A ida ocorre em meio a cobranças de movimentos sociais ao governo federal. Lideranças reclamam do ritmo das entregas e pedem mais contundência nas ações — as críticas são feitas, especialmente, em relação à reforma agrária.
Na visita, Lula deve assinar o decreto de desapropriação da Usina Ariadnópolis, onde está localizado o acampamento. A medida reconhece oficialmente a ocupação como assentamento. Segundo o MST, são 459 famílias no local, que está ocupado desde 1998 e é referência na produção de café. De acordo com o grupo, há 2,2 milhões de pés de café plantados e mais de 160 tipos de alimentos produzidos.
O petista também deve anunciar na cerimônia a entrega de 12,3 mil lotes, em 138 assentamentos de 24 estados, num total de 385 mil hectares (3.850 km²). Esses anúncios são parte do programa federal Terra da Gente, criado em abril do ano passado para acelerar e ampliar o alcance da reforma agrária no Brasil. Com a iniciativa, o plano do Executivo é incluir 295 mil famílias na reforma agrária até 2026.
Como parte do programa, Lula deve apresentar, ainda, desapropriação por interesse social; criação de projetos de assentamento; renegociação de dívidas de assentados da reforma agrária por meio do Desenrola Rural; e entregas do Programa Nacional de Crédito Fundiário e de Títulos de Domínio.
Insatisfação
No fim de janeiro, representantes do MST reuniram-se com Lula e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, alvo de críticas do movimento. Após o encontro, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, destacou a insatisfação do grupo com o governo federal.
“Não queremos discutir formas de como será o processo de reforma agrária, nós queremos que resolva o problema da terra. Nós não aceitamos na próxima reunião ou ao fim deste ano ter um número tão ridículo como esse, 1.500 famílias por ano”, criticou.
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