• Brasil  •  19/04/2025  •  5 meses atrás

COMPETITIVIDADE

Brasil amarga a última posição em ranking de competitividade industrial global

Estudo da CNI revela que ambiente econômico, educação e capital humano são os principais entraves para o avanço da indústria brasileira

Brasil amarga a última posição em ranking de competitividade industrial global

O Brasil ocupa a última colocação entre 18 países no ranking de competitividade industrial global divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo “Competitividade Brasil – 2023/2024” comparou o desempenho brasileiro com o de grandes economias, como Estados Unidos, Alemanha, China e os líderes da lista, os Países Baixos.

Segundo a CNI, o levantamento avaliou oito pilares fundamentais para a competitividade das nações: ambiente macroeconômico, educação, capital humano e trabalho, ambiente de negócios, estrutura produtiva, financiamento, inovação, infraestrutura e logística e sustentabilidade ambiental. Em nenhum desses critérios o Brasil figura entre os mais bem colocados. Os piores desempenhos estão justamente nos itens considerados mais críticos para o desenvolvimento: ambiente econômico, educação e força de trabalho, nos quais o país aparece na 18ª posição.

A única área com desempenho ligeiramente superior foi em sustentabilidade ambiental e uso de recursos naturais, com o 12º lugar. O destaque se deve ao uso de fontes renováveis de energia, uma vantagem competitiva histórica do Brasil.

De acordo com Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, o resultado reflete o peso do chamado “Custo Brasil”. “Temos uma das maiores cargas tributárias do mundo, combinada com burocracia excessiva e complexidade regulatória. Isso sufoca a competitividade e inibe os investimentos”, afirmou. Silveira também destacou que a alta taxa de juros é um dos principais entraves ao financiamento da produção e da inovação.

A CNI aponta que é urgente a adoção de uma nova política industrial, com foco em crédito acessível, modernização tributária, digitalização, transição energética e valorização da inovação. Além disso, o estudo destaca que é indispensável um investimento consistente em educação de qualidade e capacitação técnica, áreas em que o Brasil permanece defasado em comparação com seus concorrentes.

A baixa produtividade do trabalhador brasileiro, segundo o levantamento, é reflexo direto da falta de preparo técnico e da fragilidade do sistema educacional. “Sem qualificação profissional, não há como competir com países que priorizam a formação de seus cidadãos”, alertou Silveira.

A queda de competitividade não se limita ao setor industrial: ela afeta o crescimento do país como um todo. A indústria de transformação, historicamente o motor do desenvolvimento brasileiro, vem perdendo espaço no PIB e se enfraquecendo ano após ano.

Sem coragem política e planejamento de longo prazo, o Brasil corre o risco de ficar cada vez mais distante das grandes cadeias globais de valor, enquanto outras nações seguem avançando com políticas industriais modernas e eficazes.


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